segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Anjo...

Enquanto estava à deriva, eu sonhei.

Onde eu flutuava, sob a água escura, ouvi o som mais feliz que minha mente podia conjurar - tão lindo, tão enaltecedor quanto medonho. Era outro grunhido; um rugido mais profundo, mais selvagem, soava com fúria.
Fui trazida de volta, quase à tona, por uma dor aguda que me golpeava a mão erguida, mas não consegui encontrar o caminho de volta o bastante para abrir os olhos.
Porque, através da água pesada, ouvi o somo de um anjo chamando meu nome, chamando-me para o único paraíso que eu queria.
- Ah, não, Bella, não! - gritou a voz apavorada do anjo.
Por trás do som que se estendia houve outro barulho - um tumulto medonho de que minha mente se abrigou. Um rosnado grave e maligno, um som estrepitoso, chocante, e um lamento agudo, interrompendo-se de repente...
Tentei me consentrar na voz do anjo.
- Bella, por favor! Bella, escute-me, por favor, por favor, Bella! - implorava ele.
- Sim eu queria dizer. Qualquer coisa. Mas não consegui encontrar meus lábios.
- Carlisle! - gritou o anjo, a agonia em sua voz perfeita. - Bella, Bella, não, ah, por favor, não, não! - E o anjo chorava sem lágrimas, em soluços interrompidos.
O anjo não devia chorar, isso não está certo. Tentei encontrá-lo, dizer-lhe que estava tudo bem, mas a água era tão funda, me precionava e eu não conseguia respirar.

(...)PÁGINA 323, CAPÍTULO 23, CREPÚSCULO!